Étienne-Louis Boullée (1728-1799), Cenotáfio [monumento funerário] - corte
"A Critical Enquiry into the Origin of Our Ideas of the Sublime and the Beautiful (1757) de Edmund Burke poderá ser considerado como uma súmula das questões que atravessam as obras dos seus antecessores. (...) O motivo que o conduz a tal busca [referência ao "enquiry" do título da obra de Burke] é a confusão entre as noções de Belo e Sublime que impede a acuidade de um entendimento racional conclusivo. (...) A grande diferença entre Belo e Sublime decorrerá da incompatibilidade da sua presença em simultâneo no mesmo objecto, e das sensações que este possa provocar no indivíduo (dor/prazer).
Esquematizando:"Helena Barbas, O Sublime e o Belo - de Longino a Edmund Burke (clique na imagem para tornar o quadro comparativo legível).
"[Em Kant,] o sublime nomeia experiências como tempestades violentas ou edifícios enormes que parecem subjugar-nos (…). Isto pode ser principlamente 'matemático' - se a nossa capacidade para intuir é subjugada pelo tamanho (o edifício enorme) - ou 'dinâmica' - se a nossa capacidade para querer e resistir é subjugada pela força (a tempestade). (…) Kant nota que a experiência da subjugação deveria ser acompanhada pelo sentimento de medo ou, pelo menos, de desconforto. No entanto, o sublime pode ser uma experiência agradável", The Internet Encyclopedia of Philosophy.
Claude Lorrain (1600-1682), "Paisagem com Descanso na Fuga para o Egipto", 1661, óleo sobre tela, 113 x 157cm, Hermitage, St. Petersburg
"O Suplemento de 1801 do Dicionário de Johnson define [o pitoresco] como: 1) o que agrade à vista; 2) o que é assinalável pela sua singularidade e pela capacidade para atingir a imaginação com a força de uma pintura; 3) o que é adequado à pintura paisagística ou à paisagem expressa pela pintura (mas inevitavelmente ligado à pintura)", A Glossary of Aesthetic Terms in Landscape & Literature.
Studley Royal, Yorkshire, década de 1730.
Alguns dos textos fundadores das reflexões sobre o sublime podem ser consultados "on-line":
(Pseudo -) Longinus, On the Sublime, em tradução, para inglês, de W. Rhys Roberts.
Edmund Burke, Philosophical Inquiry into the Origin of Our Ideas of The Sublime and Beautiful, 1757. É parte de The Works of the Right Honourable Edmund Burke, Vol. I., no "Projecto Gutenberg".
Immanuel Kant, The Critique of Judgement, 1790, em tradução de James Creed Meredith.
Uma panorâmica do sublime, desde a Antiguidade, poderá ser encontrada no Literary Link, de Janice E. Patten. Notas com revisitas contemporâneas ao conceito (J.-F. Lyotard), através de citações, em The Shelleys, do Departamento de Inglês da University of Alberta, Ca. O sublime e a Natureza na cultura setecentista britânica, no Dictionary of the History of Ideas, onde o conceito se poderá aprofundar com uma busca da palavra e com a consulta dos artigos referidos em fundo de página ("see also").
O pitoresco e os jardins ingleses, na prática e na teoria, no Gardens Guide.com e Irina's World.com.
Caspar David Friedrich (1774 - 1840), Wanderer Über dem Nebelmeer, 1817, óleo sobre tela, 94,8 x 74,8 cm, Kunsthalle, Hamburg
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
O sublime e o pitoresco
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2 comentários:
A nova categoria estética dominante é o "Feio" - esse imenso Belo paradoxal, desdobrado nos valores predominantes dos discursos artísticos modernos: o patético, o trágico, o dramático, o prosaico, o sensual, o irónico, o mordaz, o sarcástico, o burlesco, o rude, o bizarro, o grotesto, o pícaro, o jocoso, o satírico, o paródico, o cómico, o lúdico, o exótico, o insólito, o fantástico... todos eles valores contrários do formoso, do gracioso, do sereno, do solene, do harmonioso.
SUBLIME ou não.
Dúvida existencialista: será o sublime vertical e o belo horizontal?
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