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A tradição clássica transforma o corpo nu do indígena austral no corpo de um deus grego (neste caso, de um "heróico" inimigo), enquanto o desejo de fidelidade à experiência concreta irrompe na irredutível especificidade da cabeça. Todo o nu será grego, até o século XIX começar a corroer o que restava desse modelo, violentamente destruído na escultura de um Rodin (1840-1917) que exibirá corpos manipuláveis até ao impossível, amputáveis, abertos ao exterior, multiplicáveis, mutantes. Requiem pelo corpo fechado, único, absoluto, imutável, revelador do sagrado.
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