segunda-feira, outubro 06, 2008

A Arte Moderna para 2008-2009

Hans Lencker, Perspectiva literaria, Nürnberg, 1567


Nunca será demais explicar o tema central deste curso: a modernidade do título não se refere ao que é contemporâneo, mas ao período que a tradição historiográfica definiu como a "Idade Moderna" e que situou entre o final da "Idade Média" e a "Idade Contemporânea". Trata-se, portanto, e de um ponto de vista da História da Arte, daquilo que começa a esboçar-se no tempo do "Renascimento" (que não é, no entanto, a única via de modernidade). Como o conceito "Renascimento" (re-nascer, voltar a nascer) indica, aquilo que consideramos novo, iniciando a "modernidade", será justificado pelo muito antigo: a herança greco-romana, "clássica". Mesmo aqui, nesta aceitação do passado há muito consagrado, se insinua uma ruptura: com o presente do "Gótico". O estudo deste despontar e justificar do "moderno" vai lançar-nos para o futuro, até ao presente, seguindo as continuidades e rupturas de um património "humanista" (ou seja: centrado no estudo "arqueológico" dos textos antigos), e vai permitir-nos olhar para o passado - um passado onde se busca uma herança legitimadora do moderno e um outro com o qual se rompe: teremos de olhar para os "Antigos", tal como o Renascimento os viu (para, depois, introduzirmos o nosso olhar contemporâneo sobre as antiguidades gregas e romanas), assim como seremos conduzidos a estudar "românicos" e "góticos", para melhor delimitarmos (entre permanências e rupturas) a modernidade.

Esta viagem faz-se através dos objectos e práticas que etiquetamos como "Arte": começaremos por ver a arte nascer. Nascer na Europa, entre os séculos XIV e XV, irmã do capitalismo, da indústria, da burguesia, legitimando a superioridade daqueles artesãos que centravam o valor da sua actividade no trabalho intelectual, por oposição ao trabalho manual. Interessar-nos-ão, exclusivamente, a pintura, a escultura e a arquitectura. E apenas as que herdam a tradição europeia, por extensões coloniais ou globalizadoras. Nada de tapetes persas, portanto.

Recomendam-se as visitas às bibliografias apresentadas neste "blog" (ver barra lateral) e ao Centro de Documentação (biblioteca) do Ar.Co. A frequência regular do "blog" é encorajada.

O curso começa dia 6 de Outubro. Todas as Segundas e Quartas entre as 21 e as 23 horas. Até 11 de Fevereiro de 2009. No Ar.Co, em Lisboa, na Rua de Santiago, 18. 64 horas lectivas. 100 créditos.


Hans Lencker, Perspectiva literaria, Nürnberg, 1567

2 comentários:

merdinhas disse...

A, B, C...
e a perspectiva de um semestre.

Anónimo disse...

Gosto muito desta "estrutura de blog"!

Cumprimentos